Estilo equilibrado com Mano Menezes e explosão individual explicam a reação do Cruzeiro
sábado, 10 de setembro de 2016
De um dos patinhos feios do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro se tornou nas últimas rodadas uma das sensações da competição. Invicto há seis partidas, o time comandado por Mano Menezes engrenou de vez, a ponto de se tornar o líder virtual do returno (83,33% de aproveitamento), superando até mesmo o Palmeiras, que está na ponta da tabela geral. Em 12 pontos disputados, faturou 10.
A arrancada resultou em quatro vitórias consecutivas, a última na quinta-feira, nos 2 a 0 aplicados sobre o América, no Independência. Mais do que isso, a equipe tem apresentado uma performance confiável depois da troca de treinador. Com o português Paulo Bento a Raposa lutou sistematicamente contra a zona de rebaixamento.
A transformação pode ser atribuída a um conjunto de fatores: da mudança de técnico ao bom desempenho individual de figuras como o armador De Arrascaeta, que tem sido um maestro, e o centroavante Ramón Ábila, que neste turno marcou gols nas quatro partidas. Em 11, incluída a Copa do Brasil, ele balançou as redes nove vezes.
Ontem, Ábila era um dos destaques do site do La Nación, um dos principais meios de comunicação da Argentina. A publicação ressalta o grande momento do atacante no Cruzeiro. “Um goleador que não conhece limites”, frisa o periódico. O espanhol Marca também destaca o papel do atacante na competitividade celeste: “A chegada de Ábila marcou uma agitação na Série A do Brasil”.
Depois do triunfo sobre o Coelho, o artilheiro mostrou que o apetite por gols não vai parar, ao ser questionado sobre os próximos desafios. “Não tenho metas. Vou fazer o máximo que puder. Não tenho por que colocar limites. Tento fazer o melhor. Tem que ter mentalidade superior, nunca limites. Limites são para pessoas inferiores, que não confiam em seu trabalho e em sua vontade de triunfar.”
Mano Menezes não deixou de comemorar a boa fase, mas preferiu a cautela. “Essa questão de ser comedido não é para ser original. No futebol, o último ganha do primeiro todo ano. O América mesmo já estava rebaixado há alguns anos e ganhou dos líderes. Se a gente perde para o América, encerraríamos no Z-4. Então, a gente tem que ter cuidado mesmo. A gente tem que olhar para essa situação. Se sair, vamos poder falar de outras ambições”, observou.
Porém, não falta otimismo para o compromisso de amanhã, no Mineirão, às 16h, diante do Botafogo. “Há quem diga que o melhor jogador do elenco é o fator casa. Se havia algo errado, nós recuperamos. O torcedor entendeu também, voltou e nós o esperamos em número grande”, declarou o treinador.
Se depender dos torcedores, o confronto pela 24ª rodada terá casa cheia. A expectativa é da presença de pelo menos 40 mil pagantes. Os cruzeirenses têm tido um papel preponderante, garantindo a terceira melhor média de público por partida na Série A: 23,2 mil, atrás apenas do líder, Palmeiras (32,1 mil), e do quarto colocado, Corinthians (31,9 mil).
Rodada
Em jogo isolado do Nacional, o Vitória (18º) recebe o Flamengo (2º) às 18h30 de hoje, no Barradão.
O QUE VEM DANDO CERTO
1) Equilíbrio entre ataque (marcou sete vezes) e defesa (levou três gols)
2) Ábila, impecável, balançou as redes nos quatro jogos
3) Mesmo sem Fábio, os goleiros Lucas França e Rafael foram seguros
4) Esquema tático de Mano mostrou eficiência fora e dentro de casa
5) De Arrascaeta tem desequilibrado
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comments
Postar um comentário