Sem vídeo, goleiro que levou 1º gol de Ronaldo guarda tudo na memória

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

'Sabíamos que ele era fora do normal', diz o português Figueiredo, que defendeu o Belenenses em amistoso com o Cruzeiro em 1993


Amistoso de pré-temporada do Belenenses, público pequeno e poucas - ou nenhuma? - câmeras de televisão no estádio Restelo, em Lisboa. Mas o dia 5 de agosto de 1993 entrou para a história do futebol mundial: de cabeça, Ronaldo marcou seu primeiro gol como jogador profissional na vitória de 2 a 0 do Cruzeiro. Jogada que pode ter ficado sem registro em vídeo, mas que não sai da lembrança do goleiro que buscou a bola no fundo da rede: Diamantino Tomé Figueiredo.
Atualmente com 50 anos de idade, Figueiredo é preparador de goleiros do Olhanense, nono colocado da Primeira Divisão do Campeonato Português. O ex-jogador era o camisa 1 do Belenenses, então treinado pelo brasileiro Abel Braga, e lembra bem do dia que conheceu o menino Ronaldo de 16 anos. Infelizmente, não tem e não conhece nenhum vídeo com o lance. Mas as imagens estão bem guardadas na cabeça de Figueiredo.
- Lembro perfeitamente da partida inteira. Nunca saiu da minha cabeça. Tive curiosidade de acompanhar a carreira de Ronaldo depois daquele jogo. Ele tinha muita qualidade, era fora do normal. O gol saiu depois de um cruzamento da direita, ele tocou de cabeça, por incrível que pareça, já que depois não fez mais muitos gols assim. Eu gostaria de ter este vídeo, mas não conheço ninguém que tenha. Talvez no Belenenses... Também não tenho recortes de jornal. Guardo tudo na memória - contou o ex-goleiro, por telefone.
Ronaldo estreou pelo Cruzeiro em 25 de maio de 1993 contra a Caldense (vitória de 1 a 0), pelo Campeonato Mineiro. Depois, só voltou a campo em 29 de julho no 2 a 1 sobre o Atlético-MG, também no Estadual. Em agosto, a Raposa viajou para amistosos em Portugal. No dia 3, empatou em 1 a 1 com o Benfica, partida que marcou a estreia internacional do Fenômeno. O primeiro gol com a camisa celeste saiu no jogo seguinte, contra o Belenenses: 2 a 0.
No Estádio da Luz, Ronaldo usou a camisa 15 e atuou poucos minutos no segundo tempo. Mas contra o Belenenses o atacante ganhou uma chance como titular. Para espanto dos portugueses, brilhou. Além do gol, deixou Figueiredo encantado com várias jogadas de efeito. Pelo menos uma o goleiro conseguiu salvar.
- Depois do gol, ele driblou três, quatro, a zaga toda, puxou para a direita e chutou. Defendi. Antes do jogo, nunca havia escutado falar nele. Ninguém conhecia. Mas depois, sabíamos que ele era fora do normal. E isso se confirmou - disse.
Curiosamente, a partida marcava a estreia no Belenenses do atacante Cleisson, ex-Cruzeiro. Mas, quando o juiz apitou o final do amistoso, os jogadores do time português só pensavam em uma: por que o clube não contratou o "miúdo" Ronaldo?
- Ele jogava muito, era impossível algo assim. Foi um jogo brilhante, nunca vi um miúdo fazer aquilo. Eram coisas de outro mundo. O Abel chegou a dizer que o clube deveria contratá-lo. Nós também! A diretoria chegou a pensar nisso, mas as vagas de estrangeiros já estavam completas. Se eu soubesse desse talento todo, eu mesmo teria comprado o passe! - brincou o treinador de goleiros do Olhanense.
Figueiredo encerrou a carreira em 1997, ano que o Fenômeno conquistou pela segunda vez o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa. De longe, a primeira vítima acompanhou a carreira do craque, comemorou como se fossem conquistas de um velho amigo e nunca lamentou ter levado o gol que colocou Ronaldo no caminho para brilhar no futebol.
- Esse foi um gol que nunca me importei em ter sofrido. É um orgulho. Sou pé-quente. Costumava brincar assim: "Ronaldo fez o primeiro gol em mim. E se fez gol em mim, vai conseguir fazer em qualquer um" - concluiu.
E ele fez...
No Estádio da Luz, Ronaldo usou a camisa 15 e atuou poucos minutos no segundo tempo. Mas contra o Belenenses o atacante ganhou uma chance como titular. Para espanto dos portugueses, brilhou. Além do gol, deixou Figueiredo encantado com várias jogadas de efeito. Pelo menos uma o goleiro conseguiu salvar.
- Depois do gol, ele driblou três, quatro, a zaga toda, puxou para a direita e chutou. Defendi. Antes do jogo, nunca havia escutado falar nele. Ninguém conhecia. Mas depois, sabíamos que ele era fora do normal. E isso se confirmou - disse.
Curiosamente, a partida marcava a estreia no Belenenses do atacante Cleisson, ex-Cruzeiro. Mas, quando o juiz apitou o final do amistoso, os jogadores do time português só pensavam em uma: por que o clube não contratou o "miúdo" Ronaldo?
- Ele jogava muito, era impossível algo assim. Foi um jogo brilhante, nunca vi um miúdo fazer aquilo. Eram coisas de outro mundo. O Abel chegou a dizer que o clube deveria contratá-lo. Nós também! A diretoria chegou a pensar nisso, mas as vagas de estrangeiros já estavam completas. Se eu soubesse desse talento todo, eu mesmo teria comprado o passe! - brincou o treinador de goleiros do Olhanense.
Figueiredo encerrou a carreira em 1997, ano que o Fenômeno conquistou pela segunda vez o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa. De longe, a primeira vítima acompanhou a carreira do craque, comemorou como se fossem conquistas de um velho amigo e nunca lamentou ter levado o gol que colocou Ronaldo no caminho para brilhar no futebol.
- Esse foi um gol que nunca me importei em ter sofrido. É um orgulho. Sou pé-quente. Costumava brincar assim: "Ronaldo fez o primeiro gol em mim. E se fez gol em mim, vai conseguir fazer em qualquer um" - concluiu.
E ele fez...
Figueiredo em 1993



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