Notificação no celular. Mensagem de ninguém menos que Carlito Tevez, um dos maiores jogadores do futebol argentino, na atualidade. Rotina comum para o atacante do Cruzeiro, Ramón Ábila, amigo pessoal do atacante do Boca Juniors. Tevez tentou de qualquer forma levar Ábila para o Boca, mas o camisa 9 foi parar no Cruzeiro, onde vive um ótimo momento - quatro gols em quatro jogos. Em entrevista exclusiva à Rádio Güimes, de Córdoba, na Argentina, o atacante celeste falou sobre a amizade com Carlitos, além da rápida adaptação ao futebol brasileiro e o sonho de ser convocado para a seleção argentina.
Ábila não poupou elogios ao amigo Tevez, mas freou a possibilidade de jogar no Boca em breve.
- A verdade é que Carlitos (Tevez) é "um grande", não tenho outra palavra para dizer. Jogar no Boca, em algum momento talvez, mas eu gosto demais dele como amigo. E isso é o mais importante.
De acordo com a imprensa argentina, no final da última temporada, Carlos Tevez pediu à diretoria do Boca para que contratasse Ramón Ábila, que ainda estava no Huracán. Mas os xeneizes não estavam dispostos a pagar o alto valor da multa de rescisão do centroavante do rival argentino. O tempo passou, e o Cruzeiro acabou acertando com o camisa 9 - onde já marcou quatro golsNo final de março, Tevez foi perguntado se se sentia à vontade jogando de centroavante no Boca Juniors. Disse que não. E indicou o amigo Ábila para a posição.
- É um jogador que vem crescendo muitíssimo. Creio que é um dos grandes atacantes que tem o futebol argentino. Me dou bem com ele. Falo com ele pelo menos uma vez por semana. Acho que é um jogador que, em breve, vai jogar na Europa. Para mim, é um grande atacante e um fenômeno.
Em outra entrevista ao canal TyC Sports, Tevez disse que não conhece ninguém no futebol argentino que domine tanto a área quanto Ábila, que nasceu na cidade de Córdoba, na Argentina.
- A área está para o Wanchope (Ábila). O cordobês coloca a bunda na área e ninguém tira ele de lá. Precisa de três ou quatro jogadores para derrubá-lo. Seu corpo foi mudando, e ele gosta de disputar no corpo com os defensores.
Ábila na seleção argentina?
Na última convocação, o técnico da seleção argentina, Edgardo Bauza, chamou Lucas Pratto, centroavante do Atlético-MG. A convocação do rival, que também atua o futebol brasileiro, fez crescer a esperança de Ábila de, um dia, vestir a camisa da seleção de seu país. No entanto, o atacante do Cruzeiro encara o processo com normalidade, sempre vinculado à intensidade do trabalho em Belo Horizonte.
- Não é uma obsessão. Desde de sempre acredito que as coisas vão acontecer naturalmente, eu não imaginava fazer tantos gols no Cruzeiro, mas isso se tornou uma realidade. Vou sempre fazendo as coisas cada vez melhor, num nível alto. A seleção, obviamente, seria um prêmio para minha carreira, inigualável. Hoje estou contente aqui, mas se trabalharmos bem, estaremos mais perto desse objetivo.
Ábila brasileiro?
O narrador promoveu, durante o programa, o contato do meia Mauro Bogado, do Huracán, com Ábila. O mediador do programa brincou que, em pouco tempo, o atacante do Cruzeiro vai buscar a naturalização brasileira. Mauro entrou na onda da brincadeira, mas disse que é para ele esperar um pouco porque deve ter sua chance da seleção argentina, com Edgardo Bauza.
- Estou muito contente pelo momento atual do Ábila no Brasil, mas se ele quiser se nacionalizar, que nacionalize, mas acho que tem que esperar um pouco porque terá chance na seleção argentina.
Ábila respondeu, em tom de brincadeira.
- Não agora... (risos).
Rápida adaptação ao Cruzeiro
Apesar de vir de outro país, de outra cultura, o argentino Ramón Ábila já se mostrou bem à vontade em Belo Horizonte e no Cruzeiro. Para o atacante, a boa fase e os gols feitos no início da trajetória no clube mineiro contribuíram para a rápida aclimatação. Além, é claro, do apoio dos amigos sul-americanos que já se encontravam na Toca da Raposa.
- Os companheiros me tratam muito bem e ainda tem os argentinos que estão aqui, Ariel Cabral, “Luquita” Romero, Matías Pisano, que agora foi para o Santa Cruz. Além do uruguaio Arrascaeta e Gino. Somos cinco. E isso tem tornado a adaptação mais fácil. Comigo não tem dificuldades, estou preocupado com o espetáculo e, assim, ter uma confiança maior nos companheiros. Eu vim para somar, mas quando saem (os gols) aumenta a minha confiança e a confiança de todo mundo.
Perguntado se considera mais fácil jogar no futebol brasileiro, já que os gols estão saindo com boa frequência, Ábila logo negou. Argumentou que o bom número se deve ao estilo ofensivo do futebol praticado no país, mas disse, também, que tem se sentido muito confortável jogando como tem pedido o treinador Mano Menezes.
- Não, não é fácil. Por aqui se joga muito mais. Aqui o futebol é muito aberto, muito ofensivo. Por isso saem muitos gols. Então, para um camisa 9, é muito bom porque se criam muitas oportunidades. A verdade é tenho gostado muito e me sinto muito cômodo. Estou jogando muito perto do gol, estou apenas fazendo o meu trabalho que é fazer gols. E gosto muito de jogar assim.
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