Cleison lembra marcação em craque Rivaldo na final de 1996: 'Acho que ele ficou com medo

sábado, 18 de junho de 2016


Cleison teve uma difícil missão na final da Copa do Brasil de 1996, que completa 20 anos neste domingo, 19 de junho: marcar o craque Rivaldo. Tarefa árdua, mas que o ex-volante cruzeirense cumpriu com êxito. “Eu falava para ele que ele não ia jogar. Aí conseguimos anular ele. Não só eu, mas cada jogador contribuiu muito para essa conquista”, lembra Cleison sobre a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, de virada, no antigo estádio Parque Antarctica.

Para o ex-jogador, a confiança foi o principal fator para a conquista histórica do clube celeste naquele ano. “O Cruzeiro tinha um time muito guerreiro e a gente confiava demais no nosso futebol e no nosso time. O time era muito bem treinado pelo Levir. Foi uma grande partida de todos”, disse. 

Confira a entrevista de Cleison ao Superesportes:

A conquista


Foi muito fácil, mentira (risos), tô brincando. Foi muito difícil, porque o Palmeiras tinha uma Seleção Brasileira, grandes jogadores. Quando a gente foi para São Paulo, sabia que o Luxemburgo tinha comprado faixa, que no vestiário tinha champanhe. Mas, graças a Deus, o Cruzeiro tinha um time muito guerreiro e a gente confiava demais no nosso futebol e no nosso time. O time era muito bem treinado pelo Levir. Foi uma grande partida de todos, principalmente do Dida. A gente comentava entre a gente, falávamos: ‘Poxa, o Palmeiras já está dando como certo o título’. Aí entramos com uma vontade incrível.

Marcação especial no Rivaldo

O Levir tinha falado pra eu marcar o Rivaldo. Eu pensei: 'Vou marcar mesmo, não tem esse negócio'. Eu falava para ele que ele não ia jogar. Aí conseguimos anular ele. Não só eu, mas cada jogador contribuiu muito para essa conquista. É uma das conquistas mais difíceis da história do Cruzeiro. O Cruzeiro foi lá e conquistou o título. Eu falava direto para o Rivaldo: “Aqui você não vai jogar não. Você já foi vendido, vou meter a ‘porrada’ em você, vou te 'quebrar'”. Ele ficava com o olho arregalado. Só sei que deu certo. Ele ficou com medo, eu acho.

Dida

O Dida é gigante, ele é fera. Foi uma pressão muito grande que tomamos. Era no Parque Antarctica, uma pressão muito grande. Ele foi excepcional, confiávamos muito nele.

'O pudim'
Foi o seguinte, a gente tinha acabado de jantar um dia, aí estávamos subindo o elevador e o elevador parou num restaurante. Estava tendo uma festa, e tinha um pudim maravilhoso, e o Zelão pegou o pudim e levou para o nosso quarto. A gente ficou lá comendo o pudim, de boa, no quarto. Aí, de repente, o Benecy bateu na porta. Ele xingou muito a gente por causa do pudim. Ele acabou com a gente. Até hoje quando eu vou à Toca os caras ficam falando que fui eu quem pegou o pudim (risos). 

Matéria do Estado de Minas com leitão assado

A gente foi fazer uma matéria para o jornal Estado de Minas, comendo um leitão, foi bem antes do jogo que saiu essa matéria. Eu falei para o Roberto: "Por que a gente vai tirar a foto comendo o leitão???" Mas, né… Ele gosta de imitar o Renato em tudo. Isso aí foi um vacilo gigante da gente. Demos uma arma para o Palmeiras. O Levir falou um pouco sobre isso com a gente, mas, no fim das contas, o leitão estava é muito bom (risos).

Chegada a Belo Horizonte


A gente já estava feliz demais em São Paulo e sabíamos que a torcida ia para o aeroporto. Mas o que a gente não sabia era o tanto de torcedores que iria. Foi uma multidão, foi maravilhoso, o caminhão do Corpo de Bombeiros não andava. Até hoje, quando eu encontro os cruzeirenses, eles não esquecem. Foi excepcional. O Cruzeiro dessa época era muito vibrante. Depois desse título minha carreira deu um salto.

Família Cruzeiro


O Cruzeiro não atrasava salários, o Cruzeiro sempre pagava em dia. Era um grupo muito legal de se jogar, era uma família, a gente fazia churrasco sempre para conversar, éramos muito unidos. 



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