terça-feira, 11 de junho de 2019


Do Superesportes
13/06/2012
Há anos Fábio é dono absoluto da meta celeste. Considerado um dos melhores do País, o goleiro representa a escola de bons arqueiros azuis. Além do atual camisa 1 estrelado, Raul Plassman, Gomes (década de 80) e Dida marcaram época na Toca da Raposa. Sem deixar a mesma impressão que os colegas de posição, André Doring não correspondeu às expectativas da torcida. Ele comenta a dificuldade em substituir um ídolo, que foi campeão da Libertadores com o clube.

“Foi muito difícil. Outros goleiros após a saída do Dida tiveram dificuldades. O jogador precisa de um período de adaptação. E o torcedor queria que o novo goleiro substituísse de imediato um ídolo. O Dida marcou época no clube e não tem como substituir. Isso é inevitável. Cada um tempo seu tempo e suas características”, lamentou André, ao Superesportes.

Embora não tenha sido regular no período em que vestiu o uniforme estrelado, André teve participação importante na conquista de um título nacional. Depois de falhar no gol do São Paulo – na decisão da Copa do Brasil’2000 -, ele se redimiu com uma defesa que garantiu o triunfo. André relembra as duas jogadas cruciais na final do torneio.

“O gramado do Mineirão é muito bom, mas o pessoal (administração) tinha a mania de molhar antes dos jogos. Depois que o Marcelinho Paraíba bateu a falta, quando eu apoiei o pé, eu escorreguei e não consegui subir direito. Goleiro não pode tomar um gol daquele ali, ainda mais numa final”, disse André, que explicou como foi o ‘milagre’ após a virada celeste.


“Conseguimos virar quase nos acréscimos e, no fim, tínhamos jogadores comemorando e o São Paulo saiu a bola rapidamente e pegou nossos atletas fora de posição. Olhei para trás e vi o atacante do São Paulo, me joguei no desespero, a bola bateu em mim e não entrou. Quando fui para segurar firme, o Cléber chutou para fora e garantimos o título”, contou.

Sombra de Taffarel...

A missão de substituir um ídolo do torcedor não ocorreu apenas uma vez na carreira de André. Antes mesmo de ser contratado para repor a saída de Dida, o arqueiro revelado pelo Internacional chegou aos profissionais para ocupar a vaga deixada por Taffarel. Até o biotipo dos dois foi alvo de comparações do torcedor colorado.

André revela se a semelhança com o tetracampeão influenciou em sua carreira. "Para mim não atrapalhou em nada. O Taffarel sempre foi uma referência. Ele era o ídolo dos goleiros. Aliás, de grande parte do Brasil. Ele era um ídolo inalcançável. Conversamos até hoje. Cada um viveu uma época e um tempo diferente. Aqui no Sul, a escola de goleiros trabalha na mesma linha do profissional. Algumas características de trabalho são parecidas. Por isso, as comparações aconteciam”, comentou André.

Lesões na carreira

Em duas oportunidades na Toca, André dava sinais de que renderia o esperado pelo torcedor e teria confiança para justificar o investimento. Mas nos dois períodos, ele sofreu lesões graves e teve a sequência interrompida. Os lances não saem da memória do ex-goleiro.

“A primeira lesão foi no jogo contra o São Paulo, no Brasileiro. Rompi o ligamento cruzado do joelho esquerdo. Logo após o jogo seria a convocação para a Seleção e acho que seria convocado. Só que para agravar ainda mais, eu tive que permanecer em campo, porque o Rodrigo Posso sentiu uma lesão no aquecimento e eu tive que terminar a partida. Acabou o jogo e, teoricamente, fiquei sem condições de defender a Seleção. A outra foi no ano seguinte, antepenúltima rodada do Brasileiro, rompi o ligamento cruzado do joelho direito”, relembrou.

Auxiliar técnico

Depois de receber um convite para trabalhar nas categorias de base do Internacional, equipe que o revelou para o futebol, André foi promovido para atuar com os profissionais. Atualmente, ele é auxiliar técnico de Dorival Júnior.

“Fiquei um ano parado depois que encerrei a carreira, em 2007, só que recebi um convite do Inter para trabalhar na base. Era para um projeto para o time B. Agora, faço parte do plantel profissional do clube, no cargo de auxiliar técnico”, completou.

Na Justiça

As lesões sofridas por André nos tempos de Cruzeiro ainda rendem dores de cabeça para os dois lados. O jogador reclama na Justiça a falta de pagamento do seguro por acidente de trabalho. Ele explica o processo movido contra o ex-clube.

“Entrei na Justiça, pois não havia recebido o seguro que os clubes têm que fazer em casos de acidente de trabalho. É um processo que ainda está em aberto”, afirmou.

Mesmo com a busca por um ressarcimento financeiro, André admite que deixou a desejar com a camisa do Cruzeiro. “Eu fiquei muito triste por não ter conseguido cumprir meu contrato. Eu tive duas lesões muito graves. Uma delas deixou em dúvida a continuidade da minha carreira. Nesse ponto, eu fiquei magoado por não ter correspondido. Mas tentei fazer o melhor, só que às vezes você consegue e em outras, não”, finalizou.

Veja a ficha técnica do atleta:
Nome: André Doring
Naturalidade: Venâncio Aires/RS
Data de nascimento: 25 de junho de 1972
Clubes: Internacional, Cruzeiro e Juventude

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