A curiosa contratação de Sorín e o 'título da torcida': livro relembra conquistas do Cruzeiro

segunda-feira, 21 de novembro de 2016



As principais conquistas dos 95 anos do Cruzeiro se tornaram livro. Inspirado por uma obra que relembra os títulos do Real Madrid, o superintendente de futebol Sérgio Santos Rodrigues contou com o auxílio dos jornalistas Alexandre Horta e Gustavo Nolasco para produzir a obra “Nossa Sala de Troféus”. Além da rememoração das campanhas das históricas equipes celestes, os autores recontam casos curiosos de bastidores do clube. 

Um deles, por exemplo, é sobre a contratação do ex-lateral Sorín, multicampeão com a camisa do Cruzeiro.

“Quem indicou o Sorín para o Cruzeiro foi o Macri, presidente da Argentina. Na época, ele era presidente do Boca e queria tirar o Sorín do River de qualquer jeito, porque ele estava jogando muito. Aí, como era inviável para o Boca contratar, o Macri ligou para o Zezé Perrella e mandou todas as informações. Aí o Cruzeiro contratou. E foi até a contratação mais cara do clube na época”, conta Sérgio ao Superesportes (leia a entrevista completa sobre o livro e a atual situação política do Cruzeiro no final da matéria).

O título da Copa do Brasil de 1996 também é um dos “casos” relembrados num dos capítulos do livro. Como conta o autor, a conquista foi possível apenas por conta da torcida.

“Os participantes convidados para disputar a Copa do Brasil de 1996 foram decididos de acordo com a média de público do time no ano anterior. E aí, como o Cruzeiro estava entre as maiores médias, entramos e fomos campeões”, relembra.

 produção do livro

Em cada capítulo, o autor retrata uma das principais conquistas do clube: duas Libertadores da América, duas Supercopas da Libertadores, quatro Copas do Brasil e quatro Campeonatos Brasileiros.

Para isso, conversou com jogadores, dirigentes e jornalistas, que relembraram os títulos. Entre os entrevistados estão ídolos Raul, Dirceu, Piazza, Ademir, Nonato, Ricardinho, Marcelo Ramos, Alex, Dida, Fábio, além de Gilvan de Pinho Tavares e os ex-presidentes José Francisco Lemos Filho, César Masci, os irmãos Alvimar e Zezé Perrella.

“Lá no Real Madrid eles têm um livro parecido. A ideia ganhou força quando vi o troféu da Taça Brasil de 1966 no Mineirão e achei que deveríamos levar as conquistas do clube para a casa dos torcedores. Aí convidei o Alexandre Horta e o Gustavo Nolasco, que me ajudaram a fazer entrevistas, juntar histórias”, explica Sérgio.

“Nossa Sala de Troféus” conta ainda com uma série de fotos históricas conseguidas junto ao Cruzeiro e ao Grupo Diários Associados. O livro será lançado nesta terça-feira, às 19h, no Itatiaia Bar, que fica na rua Pium-Í, nº 620, no bairro Carmo, em Belo Horizonte. Na noite de autógrafos, a presença ilustre fica por conta das taças retratadas e dos entrevistados.

A obra será comercializada nas principais livrarias de BH e também pela internet. A venda online começa nesta terça-feira (22), pelo site da editora Nitro, pelo preço de R$ 115 (www.nitroimagens.com.br/cruzeiro)

Entrevista

Como surgiu a ideia de escrever o livro e como foi o trabalho de pesquisa?

Eu conclui agora uma especialização em gestão de entidades esportivas no Real Madrid. Lá, eles têm um livro parecido. E projetei um livro com as grandes conquistas do Cruzeiro em fevereiro. Em junho ou julho, me atinou a ideia de levar as grandes conquistas do Cruzeiro para as casas dos torcedores. Aí convidei o Alexandre Horta e o Gustavo Nolasco, que me ajudaram a fazer entrevistas, juntar histórias, a fazer a diagramação. Passamos pelo trabalho de pesquisa, contamos com o acervo dos Diários Associados, fotos no Cruzeiro, algumas que estavam no negativo ainda e nunca tinham sido utilizadas. Ouvimos ídolos, dirigentes, jornalistas e construímos cada capítulo. Cada um fala de uma conquista histórica, com casos que não foram divulgados ainda. 

Tem casos como o da contratação do Sorín, por exemplo. Quem indicou o Sorín para o Cruzeiro foi o Macri, presidente da Argentina. Na época, ele era presidente do Boca e queria tirar o Sorín do River de qualquer jeito, porque ele estava jogando muito. Aí, como era inviável para o Boca contratar, o Macri ligou para o Zezé Perrella e mandou todas as informações. Aí o Cruzeiro contratou. E foi até a contratação mais cara do clube na época. Tem o da Copa do Brasil também. Os participantes convidados para disputar a Copa do Brasil de 1996 foram decididos de acordo com a média de público do time no ano anterior. E aí, como o Cruzeiro estava entre as maiores médias, entramos e fomos campeões

Qual foi o título mais marcante dessa galeria, na sua visão?

Tem dois que considero marcantes, diferenciados. Se formos parar para pensar na história do Cruzeiro, tem a Taça Brasil de 1966 e a Libertadores de 1976, que projetou o clube para o Brasil e para o Mundo. Em 66, ganhamos do Santos de Pelé. Em 76, teve a primeira Libertadores. Mas é difícil escolher. A Copa do Brasil de 2000 foi muito emocionante também, com o gol de falta do Geovanni no final. Teve o bi do Brasileiro em 2013 e 2014, já que somos o único time fora do eixo Rio-São Paulo a ganhar. A Copa do Brasil de 1996 sobre o Palmeiras da Parmalat, que era a base da Seleção Brasileira. Cada título tem sua importância.

Aproveitando o tema do livro, quando o Cruzeiro pensa em lançar sua sala de troféus, antiga reivindicação da torcida. É uma tema que não sai do papel. É um projeto factível, e muitos clubes do Brasil já têm.

É um projeto que a gente fala muito. É um sonho da torcida, da diretoria, dos conselheiros. Existem conversas, mas falta de espaço físico, não tem nada de efetivo. Não dá para prometer nada a curto prazo, mas está sim na pauta.

Como superintendente, quais são seus planos para fazer o Cruzeiro voltar a conquistar títulos a partir de 2017?

Isso depende do departamento de futebol como um todo, o presidente, o vice, o diretor, o técnico, todo mundo. A nossa visão é que sempre precisamos melhorar de um ano para o outro, inclusive quando somos campeões. Temos vários jogadores voltando de empréstimo, estamos monitorando o mercado para contratar. Não divulgamos nada, pois é nossa política. Vamos divulgar quando for a hora. Mas é preciso lembrar também que o Cruzeiro tem uma das melhores campanhas do returno do Brasileirão. Então é um fator para o torcedor ficar atento. Manter a base do time e a comissão técnica para a pré-temporada já vai ser relevante.

Continua nos seus planos se candidatar à presidência no próximo ano? Já existe uma estrutura de chapa? Acha viável vencer caso Perrella se candidate?

A eleição é só em outubro, fim do ano de 2017. Lá para março, abril, a gente vai estudando melhor isso. Mas agora o foco é terminar o campeonato bem, estruturar uma boa temporada em 2017. Da minha parte, posso dizer que ainda não há movimento político de candidatura.

Ficha Técnica
Título: “Nossa Sala de Troféus”
Autor: Sérgio Santos Rodrigues, Alexandre Horta e Gustavo Nolasco
Páginas: 144
Editora: Nitro
Edição: 1
Ano: 2016
Preço: R$ 115
Locais de compra: principais livrarias de Belo Horizonte e site da editora Nitro

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