Agora no CRB, Gérson Magrão lembra dia triste pelo Cruzeiro e supremacia no clássico mineiro

terça-feira, 20 de setembro de 2016


Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, Gérson Magrão teve uma carreira de altos e baixos. Ainda garoto, aos 18 anos, foi negociado com o Feyenoord, onde atuou por três anos. Após defender o clube europeu, voltou ao Brasil e se destacou no Ipatinga. As boas apresentações do então meio-campista chamaram a atenção da Raposa. Na segunda passagem pelo clube celeste, o jogador atuou na fatídica final da Copa Libertadores de 2009. Na ocasião, o time perdeu para o Estudiantes, e muitos personagens daquela decisão, incluindo Gérson, foram criticados pelos torcedores. Em entrevista ao Superesportes, o atleta, que agora pertence ao CRB de Alagoas, definiu a decepção no torneio continental.

“Foi um dia triste, o estádio estava lotado, do jeito que a gente esperava. Todos nós estávamos confiantes. Abrimos o placar e acabamos levando a virada e não conseguimos ter força para empatar. Eles também souberam administrar o resultado. Infelizmente, não conseguimos. Ficamos tristes, todas as pessoas, jogadores, não foram só os torcedores. Chegar numa final e perder em casa, fica aquela coisa ruim, você não acredita. É difícil de esquecer”, afirmou Gérson Magrão. 

Na primeira partida da final da Libertadores, em 2009, Cruzeiro e Estudiantes empataram por 0 a 0, no Estádio Ciudad de La Plata, na Argentina. Já no jogo de volta, os comandados de Adílson Batista até abriram o marcador, com gol do volante Henrique, mas deixaram os argentinos virar o placar. Para Gérson Magrão, a história dos jogadores da equipe celeste que atuaram naquela partida não pode ficar marcada negativamente por “apenas um jogo ruim”. 

“As pessoas não podem julgar os jogadores daquela época pelo fato de não termos ganhado a Libertadores (2009). Se tivéssemos ganhado, tudo seria lindo. Não pode julgar apenas por um jogo”, disse Gérson, que complementou com um balanço de sua carreira no clube mineiro. 
“Minha passagem pelo Cruzeiro foi boa. Acho que tudo que eu fiz no Cruzeiro foi bem-feito. Fui campeão mineiro (2009), na Libertadores (2009) chegamos na final. Como passei pela base, tinha o desejo de jogar no profissional do clube. Sinto que fui feliz no Cruzeiro”, conta.

clássico de Belo Horizonte, um dos maiores do país, também foi lembrado por Gérson Magrão. O jogador atuou em um período favorável da equipe celeste. Na “era Adílson Batista”, entre 2008 e 2010, foram 12 jogos contra o Atlético, dos quais o Cruzeiro venceu nove, empatou dois e perdeu um.

“Um jogo inesquecível foi a final contra o Atlético, ganhamos de 5 a 0 (jogo de ida da final do Campeonato Mineiro de 2009). É gostoso jogar o clássico mineiro. Enquanto eu estive no clube, o Cruzeiro teve mais vitórias do que derrotas, na época do Adílson (Batista). Rivalidade é sempre bom”, disse Gérson Magrão, que ressaltou a força da torcida mesmo diante de derrotas. 

“A torcida apoia sempre, mas também vai de acordo com o time. Valorizam quando o time se esforça . A torcida do Cruzeiro sempre apoiou e incentivou, inclusive, aplaudiu a equipe após a final da Libertadores (em 2009)”. 

Carreira


Revelado nas divisões inferiores do Cruzeiro, Gérson Magrão foi à Europa bem jovem, em 2008, quando tinha 18 anos. Em uma negociação envolvendo Fred, o meio-campista viajou à Holanda para atuar pelo Feyenoord, enquanto o atacante, que à época defendia o América, integrou-se ao elenco celeste na Toca da Raposa ll. 

“O Feyenoord tinha uma parceria com o América. Todo ano ele tinha direito de pegar um jogador do América. Na época, o Fred não quis ir. Teve um torneio que fiz na Holanda e eu me destaquei, então eles e o Cruzeiro fizeram uma troca. O Fred foi para o Cruzeiro e eu para o Feyenoord”, explicou Gérson Magrão. 

“Eu era muito novo e quem não quer jogar fora do país? Valeu a oportunidade. No primeiro ano foi mais de aprendizado, após isso fiz uns oito jogos. Depois, o time mudou de treinador e desandou tudo. Voltei para o Brasil, fui jogar no Flamengo, depois Ipatinga, quando eu comecei a me destacar. Posso dizer que voltei maduro, experiente”, completou. 
Após a segunda passagem pelo Cruzeiro, na qual disputou 51 jogos e marcou seis gols, Magrão retornou ao futebol europeu, dessa vez, para atuar pelo Dínamo de Kiev, da Ucrânia. O jogador também defendeu equipes como Santos, Figueirense e Sporting, de Portugal. Apesar das várias experiências no futebol, Gérson Magrão afirmou que o melhor momento de sua carreira foi no Ipatinga, nos anos de 2007 e 2008.

“Eu nunca tinha jogado como profissional, não tive oportunidades no Flamengo e tive muitas chances no Ipatinga. Na época, conseguimos o acesso (à Série A), foi bem legal. Tive anos bons no Dínamo de Kiev também. Acho que minha carreira é legal, muito boa nesse aspecto”, observou.

Agora no CRB de Alagoas, Gérson Magrão, de 31 anos, disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. O jogador, que é conhecido como polivalente, atualmente joga como ponta esquerdo e também volante no time alagoano. 

“Quando eu voltei do Sporting, tive um pouco de dificuldades para arrumar um clube. Na época, o treinador do CRB era o Alexandre Barroso, com quem eu tinha trabalhado na base do Cruzeiro. Ele entrou em contato comigo e fui jogar no CRB. Estou bem feliz aqui”, concluiu. 

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