Demitido nesta segunda-feira pelo Cruzeiro após permanecer 75 dias no cargo, o técnico Paulo Bento não quis se manifestar sobre a decisão da diretoria. Procurado pelo Superesportes, ele disse apenas que preferia ficar em silêncio neste momento. Já o agente dele, Carlos Gonçalves, admitiu a decepção do treinador com a interrupção do trabalho após ouvir da cúpula celeste, em Lisboa, na época do acordo, que o projeto seria de longo prazo.
Paulo Bento trouxe a esposa Teresa para o Brasil justamente porque tinha convicção de que cumpriria o contrato até dezembro de 2017 e com possibilidade de renovar o vínculo.
”Foi uma decisão da direção do Cruzeiro e que o Paulo respeitou. Ele estava confiante de que cumpriria o acordo até o fim, e as declarações dele após a partida de domingo mostram isso. Ele projetou uma reação. Não falaria isso se soubesse que seria demitido. Foi uma surpresa sair assim após pouco mais de dois meses”, disse Carlos Gonçalves.
O agente se esquivou quando foi indagado sobre as condições do contrato. Segundo informações divulgadas pela Rádio Itatiaia, o Cruzeiro terá que arcar com os salários integrais de Paulo Bento até o fim de 2017, totalizando 17 meses.
”Essa é uma questão que só diz respeito ao Paulo e ao Cruzeiro”, disse Gonçalves, que ainda não respondeu se o treinador poderá assumir algum clube nesse período.
Na Europa, contratos nesses moldes são comuns. Seedorf, por exemplo, sondado pelo Cruzeiro após a saída de Mano Menezes, no fim de 2015, recebeu salários integrais do Milan entre junho de 2014, quando foi demitido, até junho deste ano.
Já o portal Mais Futebol, de Portugal, apurou que o Cruzeiro acionou a cláusula de rescisão acertada entre as partes e que não implica no pagamento dos salários até dezembro do próximo ano. De acordo com o veículo, Paulo Bento ficará mais uns dias no Brasil para acertar a forma de pagamento dos valores que lhe são devidos pelo clube.
Ainda segundo o portal, o técnico não gostou que o clube tenha justificado a sua saída com a pressão externa para contratar Mano Menezes, o mais provável substituto, e não com os maus resultados.
Paulo Bento comandou o Cruzeiro em 17 jogos, obtendo 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas. O aproveitamento geral foi de 41,17%. O português deixou o time na penúltima posição no Campeonato Brasileiro, com 15 pontos em 48 possíveis, e classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil.
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