Em sua chegada ao Cruzeiro, o técnico Paulo Bento foi indagado algumas vezes sobre a fama de disciplinador adquirida em suas passagens por Sporting e Seleção Portuguesa. Na televisão de Portugal, inclusive, alguns programas de humor satirizam o jeito 'durão' desse lisboeta de 46 anos. Mas, para ele, há muito exagero.
”Vejo disciplina como situação positiva. Tem uma coisa que, pra mim, é clara, é transparente. A partir de amanhã (terça-feira), quando os jogadores nos virem trabalhar, eles vão identificar, vão ver uma boa organização, vão se sentir confortáveis nessa organização, verão pessoas disponíveis para ajudá-los em todo o momento no profissional e no pessoal, se for da vontade deles. Estaremos 100% disponíveis para trabalhar em prol do clube, e eles ficarão satisfeitos, alegres. E quando acabar cada seção (de treino), verão que cada ação tem um objetivo”, explanou.
O português leva os treinos a sério e exige o máximo desempenho em cada atividade. O time será reflexo dos trabalhos durante a semana. “Pedirei 100% todos os dias, pois vivemos disso, não fazemos outra coisa. Quem não dá tudo, não dá nada, é como dizemos no meu país”.
Para Paulo Bento, o que costuma ser mal-interpretado é o seu grau de exigência. A relação com os atletas é de diálogo. “Eu sou treinador há 12 anos, desde 2004, e nunca faltei o respeito com algum jogador. Nunca insultei algum jogador. Mas creio que, numa organização, tem que haver disciplina e rigor, isso sim. (...) Há duas formas de se relacionar com disciplina. Uma: é como eu quero ou não é. E isso é usar disciplina de forma negativa. Outra é usar a disciplina como forma positiva e tem a ver com algo que deve existir em todas as atividades, ser rigoroso com o que fazemos, disciplinados e respeitosos uns com os outros e ser respeitoso com os clubes que representamos”.
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