terça-feira, 3 de abril de 2012

Recodista de títulos, Ricardinho faz um raio-x das conquistas no Cruzeiro

Antigo camisa 8 foi campeão 15 vezes na carreira com a camisa celeste

Thiago de Castro - Superespesportes
Arquivo/Estado de Minas

Falar de títulos conquistados com Ricardinho é desafiar a memória do ex-volante. Com inúmeras conquistas, lembrar detalhes, jogos decisivos, emoções e dificuldades não é tarefa fácil. “Tem muitas coisas mais antigas que eu realmente nem lembro, para falar a verdade”, admite o ex-jogador.


A memória falha, neste caso, pode ser considerada um privilégio. Até porque, fazer esforço para recordar com exatidão de 15 troféus conquistados, número que o faz um recordista com a camisa do Cruzeiro, é uma missão que qualquer jogador gostaria de ter pela frente quando se aposentasse.

Do primeiro Campeonato Mineiro, em 1994, ao último título, da Copa Sul-Minas de 2002, Ricardinho faz um raio-x das suas conquistas pelo clube celeste.

Apesar de ter sido titular na campanha da Copa Libertadores de 1997, outra conquista é considerada inesquecível pelo camisa 8. Ganhar a Copa do Brasil de 1996 foi um feito especial para toda aquela geração de jogadores.

“Pela dificuldade do jogo e do adversário, é um título que tenho bastante carinho. Muita gente achava que o Palmeiras já era praticamente o campeão e nós conseguimos uma grande vitória”, recorda Ricardinho.

O Cruzeiro bateu o Palmeiras por 2 a 1, em São Paulo, de virada, com gols de Marcelo Ramos e Roberto Gaúcho. O primeiro jogo havia terminado empatado em 1 a 1.

Arquivo/Estado de Minas
Aquele jogo também ficou marcado por outro motivo, para o camisa 8. “Foi o meu primeiro título conquistado como titular do clube”, lembra. Antes disso, ele já havia participado de duas conquistas: o Estadual de 1994 e a Copa Ouro de 1995.

Já a Libertadores de 1997 também entra de forma especial no currículo do ex-volante. É considerado o título mais difícil entre todos os conquistados. “Foi com muita dificuldade. Até porque, na época, falavam que o time não tinha capacidade para ser campeão. A crítica vem sempre, mas é difícil. Um titulo de Libertadores não é fácil de ser conquistado”, analisa.

A equipe celeste teve uma caminhada árdua até o título. Na primeira fase, foram três derrotas e uma classificação suada conquistada para o mata-mata. Depois, adversários duros pela frente foram derrotados, como El Nacional-EQU, Grêmio e Colo Colo, até chegar a final, contra o Sporting Cristal-PER.

Longe de ter sido mais fácil que a Copa do Brasil de 1996 ou a Libertadores do ano seguinte, a Copa do Brasil de 2000 fecha a trinca de torneios mais importantes da carreira de Ricardinho. “Várias pessoas já tinham ido embora do estádio. O Cruzeiro acreditou até o fim. Foi uma festa fora do comum”. A Raposa venceu por 2 a 1 com gol de Geovanni, já no fim da partida contra o São Paulo.

No currículo, destaque também para torneios como a Recopa de 1998 e as Copas Sul-Minas de 2001 e 2002. Mas o torneio que Ricardinho mais vezes ganhou foi o Campeonato Mineiro. “Dá para dizer que o Mineiro era mais fácil de ganhar”, afirma. Foram quatro títulos, em 1994, 1996, 1997 e 1998.

No fim de uma carreira de 441 jogos dedicados ao Cruzeiro, o recorde de 15 títulos conquistados é histórico. “Pra mim é motivo de muito orgulho. Você imaginar que milhares de jogadores passaram e você deixar o nome na história é muito bom. É de uma grandiosidade muito importante”.

Ele divide o mérito com outros grandes jogadores que passaram pelo clube nos anos 90. “Não esperava nunca alcançar isso tudo. A gente começando uma carreira, você começa bem, mas nunca sabe o que pode alcançar. Depende de muita coisa, bom elenco, por exemplo. Não é fácil manter um bom time por muitos anos seguidos”.

Capítulos nem tão felizes

Ricardinho escreveu uma carreira de muitos capítulos que se encerraram positivamente. Mas alguns foram mais doloridos. O Campeonato Brasileiro foi uma conquista que não foi alcançada. Em 1998, o ex-volante ficou com o vice-campeonato. “Foi um campeonato que eu gostaria de ter vencido. O time vinha muito bem, tinha uma vantagem legal. Mas infelizmente perdemos para o Corinthians”, recorda.

Arquivo/Estado de Minas
Em 2002, o ídolo celeste deixou o clube para se aventurar no futebol japonês e, conseqüentemente, esteve fora da conquista da Tríplice Coroa de 2003. Em 2007, ele retornou para a Toca II. Mas o ano não foi de boas lembranças. O Cruzeiro perdeu por 4 a 0 para o Atlético na final do Campeonato Mineiro.

No entanto, no jogo de volta, a equipe celeste conseguiu vencer por 2 a 0. Este é o clássico que Ricardinho aponta como inesquecível da sua carreira. “Foi uma semana turbulenta por causa da derrota, do gol de costas sofrido pelo Fábio e porque o treinador (Paulo Autuori) pediu para sair também. Mas, no segundo jogo, vencemos e deixamos o Mineirão praticamente calado durante todo o jogo”, lembra.

Aposta no marketing esportivo

Aposentado desde 2007, quando defendeu o Corinthians no segundo semestre, Ricardinho hoje está com 35 anos. O ex-volante pretende voltar para o meio esportivo. Ele vai inaugurar uma empresa de marketing e consultoria esportiva chamada R8.

“Estamos terminando de formular para entrar em funcionamento. Vamos, dentre outras coisas, intermediar patrocínios para clubes, entidades esportivas, jogadores. São profissionais da área de marketing que estão trabalhando comigo e também tenho outro sócio, o Marcos Paulo (ex-volante do Cruzeiro)”, explica.

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