Força da torcida e a influência do técnico: os fatores para a virada do Cruzeiro na Série A

domingo, 2 de outubro de 2016


A boa notícia é que o Cruzeiro não volta à zona de rebaixamento nesta rodada. Ainda restam dois jogos na segunda-feira (Santa Cruz x Palmeiras e Coritiba x América), mas a Raposa pode perder no máximo uma posição, caso o Coxa pontue contra o Coelho. Hoje, o time de Mano está no 15º posto, com 33 pontos. 

Talvez nenhum torcedor do Cruzeiro duvide da capacidade do time. Os cruzeirenses sabem que o elenco é qualificado e tem todas as condições de sair desta situação desconfortável. Até por isso o apoio na arquibancada tem sido importante. A torcida celeste coleciona os melhores públicos da Série A e tem tido ótima média geral. 

Na partida contra o Grêmio, os cruzeirenses foram um capítulo à parte. O torcedor empurrou o tempo todo, em especial no final da partida, quando o Cruzeiro lutava para manter o placar em 1 a 0. O comportamento é o mesmo do fim do ano passado, período em que o time também não estava em boa situação na tabela.

O técnico Mano Menezes sabe da importância de se jogar ao lado da torcida. “Não tenho dúvida que o torcedor que veio vai voltar e o que não veio vai somar com os que vieram. Porque a sintonia só acontece quando o torcedor olha para o campo e pensa assim: ‘poxa, este Cruzeiro nós podemos ter expectativa com ele’. E isso estava faltando para a gente nos jogos em casa. Muitas vezes fora de casa você diminui o volume. E este Cruzeiro propõe o jogo fora de casa. E, às vezes, se empolga e deixa escapar um resultado como aconteceu com o Flamengo, porque gosta de jogar, mas sai do lugar na hora errada. Tem hora que você tem que sentar em campo e saber administrar e hoje (sábado) a gente teve tudo isso. E vai influenciar o torcedor para o jogo contra a Ponte Preta”, disse Mano.

O desempenho do Cruzeiro como mandante neste Brasileiro, todavia, tem deixado o torcedor chateado. Em 14 jogos em Belo Horizonte, venceu quatro, empatou cinco e perdeu cinco. Fato é que, se melhorar a performance em casa, o time celeste vai escapar da parte de baixo da tabela naturalmente. 

Fator treinador

Existe uma forte relação de confiança entre o torcedor e técnico Mano Menezes. Mesmo com a saída do treinador no fim do ano passado, rompendo o contrato, para dirigir um time chinês, a torcida reconhece em Mano um profissional de alto nível.

Passa também pelo técnico gaúcho a virada do Cruzeiro na Série A. 

Entre erros e acertos, ele tenta encontrar a escalação ideal. Neste sábado, Mano já deu o recado que precisa de jogadores de meio e ataque mais participativos, com força para atacar e recompor, sem sobrecarregar os volantes. Como tem características ofensivas, o uruguaio De Arrascaeta perdeu a vaga de titular. 

Mano vai ter que lidar também com o crescimento de Elber. O jovem meia-atacante sempre entra bem no segundo tempo quando acionado. Nos últimos jogos, ele foi decisivo no empate contra o Atlético e na vitória sobre o Grêmio. Por outro lado, Rafael Sóbis tem feito atuações sem preponderância. Neste sábado, contra o Tricolor Gaúcho, errou muito. Quando foi substituído, o time cresceu. A titularidade de Sóbis já é questionada por muitos. Ábila é outro que precisa se justificar. O argentino marcou pela última vez no dia 8 de setembro, na vitória por 2 a 0 sobre o América, no Independência, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A dúvida na direita também persiste: Ezequiel ou Lucas? O primeiro tem recebido as primeiras oportunidades e talvez mereça uma sequência para tentar manter o posto. Já Lucas faz uma temporada abaixo das expectativas e precisa melhorar muito para ser aprovado pelo torcedor.

Coletivamente, a equipe mostra certa evolução, mas tem oscilado dentro de uma mesma partida, por exemplo. Natural de um time em formação. Foi assim nos últimos jogos. Contra o Grêmio, teve primeiros minutos preocupantes, mas se acertou, dominando os gaúchos. De qualquer forma, certo é que Mano mantém o Cruzeiro vivo na Copa do Brasil (perdeu o primeiro jogo das quartas de final para o Corinthians, por 2 a 1) e respira no Campeonato Brasileiro.

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